Na semana passada conheci de perto uma doença sorrateira. Ela chama-se Púrpura Trombocitopenica idiopatica. Já tinha alguma noção sobre ela. Sei como se manifesta. Os cuidados que devem ser seguidos, pois em 1986 perdi um aluno aos 9 anos e em 1996 tivemos na Escola uma funcionária cujo filho tem a doença. Atualmente deve estar com 22 anos.
A doença estava sorrateiramente levando embora uma das minhas pedras preciosas. A minha jóia caçula, o Thomás que está com 15 anos. Ela aflorou em meu coração um sentimento que não consigo explicar. Parece ódio, impotência, inabilidade, incompetência..., porém, ao mesmo tempo em que tenta me aniquilar eleva minhas forças para lutar e derrotá-la. É uma experiência inigualável. Sinto meu peito rasgado, mas tenho que enfrentá-la. E fazer com que meu filho lute com garra para vencê-la. Em alguns momentos o desânimo nos abate, mas a fé é maior e logo lembramos que o poder da oração independentemente de religião combate qualquer mal.
Aprendi e percebi que a vida é uma obra que está em processo de construção. É uma obra aberta que a cada dia sofre alterações e que devemos estar preparados para o que der e vier.
Em pleno final de ano letivo sou obrigada a entrar em licença saúde, abandonando minhas atividades profissionais para dar assistência a meu filho. Fico preocupada com meus alunos que pobrezinhos sem culpa alguma, têm que passar por tal experiência. Mas são ossos do ofício. Enquanto há vida temos que lutar.
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